domingo, 22 de janeiro de 2012

A vida que ninguém vê

Neste livro você encontra histórias da vida real.


"A obra é um conjunto de crônicas-reportagens, reunidas em livro, sobre o olhar da autora, a repórter Eliane Brum, em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades". Vencedor do Prêmio Jabuti de melhor livro-reportagem em 2007.




Leiam trechos do livro:
  • " Em primeiro lugar eu não vou desistir. Em segundo, a vida é um risco. Não só para mim. Mas para todo mundo"- Eva, a deficiente física respondendo à deficiente de alma.
  • "A cada vez que me derrubarem eu vou levantar com mais força.Não quero saber de derrota. Derrota nunca esteve nos meus planos. E coitado é quem me chama" (Eva)
  • "Porque uma frase só existe quando é a extensão em letras da alma de quem a diz.É a soma das palavras e da tragédia que contém"
  • "(...) as vezes é preciso contar uma história de mais de um jeito para que seja entendida por inteiro"
  • " Um mundo onde nem coisas nem pessoas sejam descartáveis. Onde nada nem ninguém fique obsoleto depois de velho, quebrado ou torto. Um mundo onde todos tenham igual valor. E a nenhum seja dado uma lixeira por destino"
  • "(...) um zoológico serve, principalmente, para que o homem tenha a chance de, diante da jaula do outro, certificar-se de sua liberdade (...) Feliz por ser homem. E por ser livre"
  • "Há duas maneiras de se visitar um zoológico: com ou sem inocência"
  • "O que aconteceria  se você encontrasse a chave do cadeado invisível da sua vida? O que aconteceria se você saltasse sobre o fosso de sua rotina?O que aconteceria se você desse o passo da elefanta?Bem, talvez seja melhor caminhar até o balcão e beber uma"
  • " Como o senhor está? Alverindo (o sapo) responde: Com saúde e bastante preguiça. Preguiça, pra dizer bem a verdade, até por dentro dos olhos"
  • "O mundo é bom, as pessoas é que não prestam". (o sapo)
  • "A vida é pródiga em paradoxos. O de Eva é que a odeiam porque não podem sentir pena dela. E o do mundo é que as piores deformações são as invisíveis"
  • " Sem invenção a vida fica sem graça. Fica tudo muito difícil. Tem gente que acha que sou louco...A verdade é que quem acha que sou louco não raciocina"(disse o Gaúcho do Cavalo-de-Pau)
  • " (...) porque sonhos não se encontram em prateleiras, não basta atirar o cartão de crédito no balcão e sair com um debaixo do braço. Sonhos são touros xucros. Tem de pegar à unha. É isso ou ficar pelos cantos exercitando a autocomiseração, chapinhando na apatia. Dona Maria tem olhos brilhantes porque corre atrás dos seus sonhos".
  • "Eu me sentia  a última das pessoas. Sei costurar, fazer roupa de homem, de mulher e de criança. Sei bordar, fazer crochê e tricô. Mas o que adianta isso sem saber ler?É como estar com sede e tomar refrigerante. Eu preciso de água" (dona Maria)
  • "Na vida, é preciso que isso seja compreendido, a gente acostuma com o gosto doce e também com o amargo" (David, sobrevivente e o doce velhinho dos comerciais)
  • " Tatiane, eu tiamo, assim, grudado para que não seja separado da mulher da sua vida novamente nem pelo vácuo da gramática"
  • "O Homem de Aço não estava preparado para a maior de todas as dores: a da invisibilidade"
  • "Quem consegue olhar a própria vida com generosidade, torna-se capaz de alcançar a vida do outro. Olhar é um exercício cotidiano de resistência".
  • "Você pode olhar para o infinito, como Carl Sagan, e descobrir que é feito da poeira das estrelas. E pode olhar para o chão e acreditar que é um cocô de cachorro. É o mesmo homem que tem diante de si o infinito e o chão. Mas é nessa decisão que cada um se define. Como olhar para você mesmo é uma escolha. Um exercício de liberdade, da autodeterminação, do livre-arbítrio. Seja generoso. Arrisque. Ouse. Olhe".
Eliane Brum, gaúcha, ganhou mais de 30 prêmios de reportagem no Brasil e no Exterior. Publicou Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, pelo qual recebeu o prêmio Açorianos de Literatura como autora revelação.





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